Heurísticas de Nielsen

Como surgiram as Heurísticas de Nielsen?

Há mais ou menos um século surgia o primeiro computador. Dá para imaginar a situação ao entender que este aparelho tinha aproximadamente 30 toneladas e ocupava um espaço de 180 metros quadrados. Talvez peso e tamanho não fossem nada se comparados à complexidade para operar a máquina, era coisa para alguns poucos cientistas especializados no assunto.

Com a transformação digital e a popularização das máquinas, ficou cada vez mais necessário facilitar a interação do ser humano com estas. Foi assim, que em 1990 os cientistas da computação Jakob Nielsen e Rolf Molich propuseram as heurísticas de Nielsen. A solução foi tão importante para a usabilidade que é aplicada até hoje para otimizar a experiência do usuário.

O que são as Heurísticas de Nielsen?

Se formos ao dicionário e buscarmos por heurística, encontramos o ponto principal que são descobertas, mas pedagogicamente, formas de fazer com que o aluno descubra algo por meio de perguntas. Sendo assim, podemos dizer que as heurísticas de Nielsen são hipóteses que precisam ser validadas para garantir que o design atenderá às necessidades e expectativas do projeto.

Em outras palavras, as heurísticas de Nielsen são uma forma de avaliar o design de interface, identificando falhas e erros para corrigi-los e otimizar a user experience, ou experiência do usuário.
Quais são as 10 Heurísticas de Nielsen?

Nielsen e Molich determinaram 10 heurísticas, um trabalho que, assim como a maioria dos materiais de marketing de conteúdo, é evergreen. Ou seja, são apontamentos relevantes, mas que não tem validade, eles não se fecham em um conceito específico e sim estão mais para lembretes para garantir que o usuário tenha a melhor experiência com o menor esforço possível.

1. Visibilidade do status do sistema

Essa é uma heurística importantíssima. Quando interagimos com a máquina, normalmente estamos envolvidos em vários processos. Com isso, pode surgir a dúvida sobre o nível, ou em que passo estamos. Podemos observar o status do progresso em vários momentos, desde uma instalação ou atualização de um software até a barra de tempo em um vídeo do YouTube, por exemplo.

Então, se você decide aplicar uma entrevista virtual, é importante que garanta essa heurística, permitindo que o usuário também tenha controle sobre o processo como um todo. 

Vale destacar que é igualmente importante, no caso de uma pesquisa ou vídeo, que você avise ao usuário o tempo estimado antes que ele inicie a interação, aumentando assim a satisfação do usuário.

2. Correspondência entre o sistema e o mundo real

Talvez um dos principais motivos pelo qual o email tenha sido uma das primeiras formas de comunicação a se popularizar nos ambientes virtuais seja sua familiaridade com o sistema de cartas físicas enviadas pelos correios até então. Basicamente o usuário precisava do endereço do destinatário, escrever sua mensagem e enviar.

Quando desenvolver novas plataformas, é fundamental pensar nessa heurística. 

Para que o usuário tenha melhor interação é fundamental que a interface criada seja compatível com o mundo real. 

Além disso, pense na linguagem, adaptando-a conforme os detalhes sobre a sua persona.

3. Liberdade e controle do usuário

O poder de escolha deve estar nas mãos do usuário. Desde a autorização para o compartilhamento de dados, que se tornou tão popular por conta da LGPD, a liberdade em ambientes virtuais passou a ser pensada também de forma ética. 

Acontece que para garantir a usabilidade, esta é uma premissa.

Claro que além de dar a oportunidade de controle para o usuário, é fundamental pensar em soluções para situações não intencionais. 

Um exemplo claro é a opção de desfazer que o Gmail oferece quando o usuário apaga um email.

4. Consistência e padrões

Essa é uma das partes do design de interação que mais se destaca o design: a parte visual. Assim como no design a identidade visual é fundamental para fazer com que a pessoa identifique qual marca está se comunicando, essa heurística de Nielsen garante que o usuário saiba em que plataforma ele está navegando.

Para isso, é fundamental observar:
  • padronização de cores;
  • uso de grupo tipográfico definido;
  • escolha de imagens e vetores a partir de um padrão;
  • característica dos botões e links.
Assim, deve ser construído um guia de estilo que facilite a criação de novos ambientes mantendo o padrão já desenhado. 

Podemos observar essa heurística com facilidade nas redes sociais. 

Se você acessa o Instagram, percebe rapidamente em qual mídia está e nota o quanto ela é diferente do Facebook, por exemplo.

5. Prevenção de erros

Fundamental para garantir uma boa usabilidade, essa heurística parte da premissa que acidentes acontecem. 

Às vezes por acidente ou falta de conhecimento. Se o design de interação for desenhado para reduzir esse tipo de situação, então ele melhora também a terceira heurística, que é voltada para o controle do usuário.

Toda ação com consequências que não podem ser desfeitas precisam de um aviso prévio, para confirmar que o usuário está ciente. A exclusão definitiva de arquivos do sistema do Windows é uma situação dessas. 

Outro exemplo é a opção de apagar dados do WhatsApp, que exclui todas as conversas do usuário.

6. Reconhecer ao invés de lembrar

Para entregar uma boa experiência do usuário, é importante reduzir a carga de esforço, evitando também possíveis erros, dentre outras dificuldades. 

Para trabalhar essa heurística, é importante apostar em possibilidades de preenchimento automático ou acesso a preferências e uso recente.

Podemos encontrar essa facilidade quando nossos dados são preenchidos automaticamente em formulários, nossas senhas são lembradas ou então quando os últimos arquivos abertos em um software ganham um atalho para facilitar a abertura. 

Tudo isso também contribui para a navegação.

7. Flexibilidade e Eficiência

Atualmente é comum que no primeiro acesso a uma plataforma, você receba um tour criado para que o usuário identifique as principais funcionalidades do ambiente. Entretanto, para quem já domina a ferramenta em questão, a agilidade se transforma em um novo objetivo, uma vez que, neste caso, a pessoa já entende como mexer no programa.

Essa heurística está voltada para a rapidez nas ações, como as teclas de atalho e a flexibilidade de acordo com a necessidade de cada um. 

Você deve oferecer atalhos padrão, mas também, é possível permitir que o usuário crie seus próprios atalhos, aumentando assim a usabilidade.

8. Estética e Design minimalista

O design ajuda muito na experiência do usuário. Quanto mais limpo e objetivo melhor. Além de questões altamente relevantes como a padronização dos botões, a composição visual também deve ser observada e facilitar a interação.

Aposte na simplicidade da composição visual para facilitar a navegação do usuário. 

Observe também a hierarquia da informação e garanta que apenas as informações relevantes sejam apresentadas. Opte por uma estética minimalista, simples e clara.

Essa heurística pode se resumir naquela máxima bastante usada no design: menos vale mais.

9. Auxiliar usuários a reconhecer, diagnosticar e recuperar erros

Essa heurística de Nielsen trata dos erros que podem acontecer com o usuário. É importante que ele tenha acesso a diagnósticos da situação, entendendo qual erro aconteceu e como é possível solucioná-lo.

Use mensagens de erro claras, sem códigos — que não servirão para o usuário solucionar a questão autonomamente. Indique com clareza e objetividade os passos para a solução.

10. Ajuda e Documentação

Se as heurísticas anteriores forem usadas, então é pouco provável que o usuário precise de ajuda. Afinal, esse é o objetivo das heurísticas de Nielsen. 

Mesmo assim, outro ponto fundamental é que a central de ajuda seja de fácil acesso.

Como nem sempre é possível oferecer um atendimento 24/7, também é importante desenvolver algo que possa ajudar o usuário enquanto ele não consegue falar com um atendente. 

Crie um FAQ com as perguntas mais frequentes e ajude o usuário nesse processo.

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