Karl May
Com 200 milhões de exemplares de seus 70 livros traduzidos em 40 idiomas e vendidos em todo o mundo, o superlativo Karl May extrapola as dimensões da indústria literária alemã. Goethe e Schiller podem ter produzido obras de dimensões mais elevadas, mas no quesito popularidade, o autor saxão permanece imbatível.
Já no fim do século 19, May era adorado do mesmo modo que os astros da música pop hoje em dia. Durante uma visita a Munique, em 1897, centenas de fãs se acotovelam diante do hotel, e o corpo de bombeiros tem que intervir, para que os bondes possam voltar a circular. Em suas palestras, ele atinge um público entusiástico de ouvintes e leitores: é o ápice da grande carreira de um filho da classe baixa.
Após ser libertado, em 1874, ele começa a escrever, aos 32 anos. São tocantes histórias de cunho folclórico para o grande público, aventuras e contos que ele apresenta como relatos de viagem.
Já no fim do século 19, May era adorado do mesmo modo que os astros da música pop hoje em dia. Durante uma visita a Munique, em 1897, centenas de fãs se acotovelam diante do hotel, e o corpo de bombeiros tem que intervir, para que os bondes possam voltar a circular. Em suas palestras, ele atinge um público entusiástico de ouvintes e leitores: é o ápice da grande carreira de um filho da classe baixa.

Da miséria à criminalidade
Carl Friedrich May nasceu em 25 de fevereiro de 1842, na cidade de Ernstthal, na Saxônia, uma região miserável. A paupérrima família de tecelões tem 14 filhos, dos quais nove morrem ainda na infância.
O pequeno Carl contrai cegueira, só se curando da enfermidade aos 5 anos.
Único consolo em meio a tal desolação são as histórias que a avó lê e que o menino absorve avidamente. Estão lançadas as bases para o seu interesse literário. Depois de uma formação fracassada como professor, May se refugia na criminalidade e nos golpes.
Muito antes de se metamorfosear no herói do faroeste Old Shatterhand e no viajante oriental Kara Ben Nemsi, ele inventa nomes para si. Apresenta-se como o oftalmologista Dr. Heilig; na pele do tenente de polícia Von Wolframsdorf, confisca suposto dinheiro falsificado.
Ele extorque casacos de pele e até rouba um cavalo, porém sem jamais recorrer à violência. Nos oito anos que passa preso, Karl May devora toda a biblioteca da penitenciária.
É o início de uma fantasiosa farsa de sucesso, pois May afirma ter vivido tudo aquilo que narra.
O jornalista Rüdiger Schaper, redator do jornal Tagesspiegel e biógrafo de Karl May, vê aí a consequência lógica de uma progressão gradual: "May escreveu contos breves para editoras popularescas e jornais. Estes se transformaram em livros.
O jornalista Rüdiger Schaper, redator do jornal Tagesspiegel e biógrafo de Karl May, vê aí a consequência lógica de uma progressão gradual: "May escreveu contos breves para editoras popularescas e jornais. Estes se transformaram em livros.
De repente, não há mais volta". À medida que cresce seu êxito, o autor cada vez mais penetra na pele de seus heróis.
Ele encomenda fotografias suas, vestido com fantasias variadas.
Ele encomenda fotografias suas, vestido com fantasias variadas.
Em palestras, relata "suas" aventuras; as armas das personagens – a "mata-ursos", a "espingarda de prata" e a Henry – são reproduzidas e expostas. May se confunde com Old Shatterhand e Kara Ben Nemsi, suas criações romanescas.
O escritor só irá viajar para as terras distantes muito mais tarde, depois da publicação das histórias do cacique apache Winnetou e das narrativas de viagens pelo Oriente.
O escritor só irá viajar para as terras distantes muito mais tarde, depois da publicação das histórias do cacique apache Winnetou e das narrativas de viagens pelo Oriente.
Na realidade, esses "relatos" e romances nasceram, todos, em sua terra natal, a Saxônia.




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