O bibliotecário que salvou um tesouro sem igual - Parte 1



O bibliotecário que salvou um tesouro sem igual.

O ano era 2012, e o Mali, país no noroeste do continente africano, sofreu uma ocupação jih@dista vinda do norte. No meio de toda a tensão, um homem se arriscou para salvar um tesouro cultural único: as bibliotecas de Timbuktu.

Abdelkader Haidara era bibliotecário na cidade de Timbuktu onde uma coleção monumental de 377.491 manuscritos estava guardada em diversas bibliotecas quando ocupação extremista começou. 

Haidara organizou, junto com outras pessoas, uma enorme operação de resgate e salvamento dos livros, que, durante meses, saíram camuflados em canoas, veículos particulares e ônibus.

Os livros foram levados para Bamako, a capital do Mali. E anos depois começaram a ser a catalogados, restaurados e digitalizados. E então as surpresas começaram a aparecer. 

Quase todos os manuscritos estão escritos em árabe, língua que dominou o norte da África desde o século VIII, mas pelo menos 5%, em torno de 15.000 livros, está escrito com caracteres árabes, mas em diferentes línguas africanas como tamashek, wolof, soninke, bambara e songhay. 

Isso desmonta a ideia de que essas línguas africanas eram somente orais.

Abdelkader Haidara hoje coordena o processo de cuidar e disponibilizar esses livros de maneira digital. Ele afirma: “A cada dia descobrimos coisas que não sabíamos que existiam, vemos autores e textos novos.

Está chamando a nossa atenção a presença de uma grande quantidade de manuscritos em idiomas como o pulaar, bambara, songhay, tamashek, soninke, bobo, hassania, bozo, hausa e wolof. 

Vimos também alguns em línguas que não pudemos decifrar e que talvez já estejam mortas. É uma nova escola para todos”. 

Entre esses livros, existem poemas, cartas, tratados de teologia, crônicas históricas, registros de doenças e até relatórios de guerra.

Tudo isso estaria perdido se não fosse a coragem de Abdelkader Haidara e das outras pessoas que se arriscaram para evitar a destruição desse tesouro cultural.

(informações do El País)

Nas imagens, Haidara entre os manuscritos salvos.

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